Ano findo

Mais um ano, e quase um ano desde minha ultima postagem, correria, compromissos, várias desculpas esfarrapadas,mas, o que aconteceu mesmo, foi preguiça, pura e simplesmente, preguiça.

Devo penitenciar-me por não ter escrito mais amiúde ou receber agradecimentos por não faze-lo, mas eis que resolvo levar ao note, algumas linhas.

São coisas, várias, sem um contexto, uma linha de redação com começo, meio e fim, simplesmente uma narrativa de experiências ocorridas no ano que se acaba. Se acaba, sim não finda solene, orgulhoso, majestoso, finda errático, arrependido, desculposo, e como "piece de resistence" a votação de reajuste salarial deles.

Neste ano, Papai do Céu me deu uma mãozinha, .profissionalmente foi muito bom, consegui todos os objetivos traçados, e até alguns mais, estou me firmando como artista plástico e obtendo o reconhecimento entre meus pares, o que é muito bom. Aprendi a conviver no meio artístico, a respeitar alguns egos inflados e principalmente a separar o joio do trigo, ou melhor a conhecer melhor as pessoas, seus momentos.

Firmei amizades, conquistei outras, e caminhei novos espaços, sempre ladeado por minha cara metade quando não (muitas vezes), orientado por ela. Foi um ano de reconhecimento, de postura, de formatação de uma arte antes incipiente no descobrimento, hoje mais ousada nas pesquisas e conclusões. Corajoso quanto aos experimentos, aos desafios, vou amarrando pensamentos, utilizando refrões, mas sobretudo afagando novas técnicas, acariciando, numa conquista paciente mas firme, vou em frente.

Aos companheiros que junto aceitarem o desafio, não vai ser fácil, mas a vitória é certa.

Feitas muitas exposições, muitos contatos, muitos "vernissages", conclui muitas obras,

orgulhei-me de todas, algumas um pouquinho mais, outras nem tanto, mas sempre orgulhoso.

Aprendi a aceitar muitas obras que não entendo, a ser mais paciente com alguns artistas contestadores, e a ter menos ilusão do meio. Que está meio que agressivo, mas mudando, a apreciação de certas técnicas esta se modificando, está havendo um renascer da arte, e isso é muito bom, Esperemos para ver se minhas opiniões são ou serão confirmadas.

Tarde do que nunca

Protelando, sim estive protelando escrever mais uma página, talvez por preguiça ou desleixo, ou mesmo temor de saber faze-lo.

Ainda meio temeroso, começo a dedilhar o teclado, e já deletei inúmeras vezes , comecei, tornei a começar, mas a idéia continua latente, o assunto esta cada vez mais fortificado, mais claro, mas interessante, então, não resta alternativa, vou passá-lo para o papel (papel?).Seja um assunto que possa magoar alguns, ou muito piegas para outros, mas é um assunto que me faz bem, tenho necessidade de abordá-lo, como uma desforra, uma vingança, um pôr a boca no trombone, então aí vai.

Como imaginam, todo artista iniciante, aprende apanhando, sendo explorado, humilhado, enganado, iludido e principalmente quando quer e precisa colocar sua obra em evidência ou pelo menos torna-la um pouquinho conhecida, deve e passa por situações no mínimo curiosas e delicadas. Frequenta “vernissages”, salões, reuniões, exposições, lançamentos, enfim, tudo o que possa torna-lo conhecido. Nesta maratona, até aprender a selecionar os locais convenientes e interessantes, passa por muitas situações, digamos, delicadas. Conhece pessoas que não valem a pena, muito pelo contrário devem ser evitadas a todo custo, por outro lado, conhece pessoasque realmente são um prêmio a sua convivência. Conheci recentemente uma pessoa, que me impressionou muitíssimo, por sua dedicação e esclarecimento, por sua cultura e simplicidade, e sobretudo por seu amor ás artes.Um autodidata, sem a empafia e egoísmo de alguns diplomados por seu conhecimento, e demonstrando na sua simplicidade, toda sua vontade férrea e sua intenção honesta.

Não pensava ainda existir tal pessoa, que declara sua amizade e a afiança com total sinceridade. A franqueza e coragem de tal declaração, é realmente desconcertante nos dias de hoje. Uma pessoa franca e despojada, sincera e altruísta, que realmente me surpreendeu e me deixou muito alegre e orgulhoso de te-lo conhecido.

Compartilhem minha alegria, em ver que nem tudo esta perdido, que a empáfia de um artista de renome, é dele somente, e que o interêsse finaceiro é consequência e não causa e que ás artes ainda resta esperança.

Mantenho em sigilo o nome deste meu amigo, não por ele não merecer o elogio, mas por medo do assédio dos novos amigos. Um muito de egoismo de minha parte, que diabo, sou comum.

Criação e suor



Como é incerto e volúvel o pensamento do artista quanto á sua

criação, quanta incerteza,quando a criação é feita por inspiração, obra a obra, cada uma com sua identidade. Não; é algo muito delicado, cada etapa de criação, do tema, dos detalhes do tema, da história do tema, da razão do tema é pensado, repensado, até que amadurecida, a idéia já forte e consistente, completa.

É hora de começar com o croquis, os desenhos, as posições, o

enquadramento, as luzes, as sombras; mais uma etapa, a vencer para depois fazer a distribuição e escolha das cores,os tons, meios tons, contrastes, finalmente, passar para a tela todos os estudos e definições, só então com muita paciência detalhe a detalhe, finalizar o obra, colorindo com muita paciência e carinho, muitas vezes mudando o já determinado.

Parece fácil, a verdade é que quanto mais o artista produz, mais quer inventar, superar,inovar, e vai ficando mais trabalhoso, mais diferente mais estudado. Uma abordagem de sombra e luz para determinada figura, agora já não basta uma simples fonte de luz, temos que desenvolver duas fontes, para dar mais realismo, e pinto o figurativo moderno.

Acredito na concordância de colegas, alguns, que já encostaram alguma obra por não conseguir satisfazer seus anseios ante uma pincelada mais atrevida ou uma cor que teima em não aceitar o tom imaginado, e só voltando a ela dias mais tarde, com se novidade fosse com mais segurança, dos dias pensando na solução, imaginando situações e efeitos, e planejando abordagens novas.

Não, não é uma industria, não há como apressar a criação, a montagem e a pintura, tem tambem o acabamento, delicado e protetor.

O autor sabe o carinho e o trabalho de cada obra, como um criador orgulhoso, não admite que lhe ponham título ou determinem gliches, a criação é sua ! Respeitem ao menos o suor do artesão.