sexta-feira, 24 de abril de 2015

Guri faceiro



                       De Bombachas novas

Uma crônica que recebi de um colega a quem muito respeito por sua qualidade de trabalho e seu pensamentos centrado, além de dicas mais do que valiosas que me prestou, senti-me, como se diz no Sul, "feliz como guri de bombachas novas" ao receber esta crônica.


                    Paulo Byron dos Adonirans aos Bambas,
                                                                         dos Pampas a Sampa de Ernesto!!!



Olhando atentamente as obra do estimado amigo e colega Paulo Byron, é olhar para traz com doçura, é uma volta em décadas, é outrora no presente que com sua generosidade de um olhar crítico, mui perspicaz nos presenteia e com sua pureza de criança nas veias saltam para as suas telas, seus papéis, seus imaginários e os mais expressivos personagens, nessa ciranda de temas sóbrios e lúdicos, saudosas malocas, Adonirans e garoas ambientam seu universo, a simplicidade aparente de seus traços, escondem sua maestria criativa e afirma definitivamente um poeta que luta para perpetuar os tempos áureos de uma São Paulo mágica e fascinante, em que a ingenuidade mista de genialidade trás a atmosfera das boemias e as rodas de bamba.
Esse menino com ar de deboche e olhos meigos traz dentro de si muitas e muitas canções, desde os gudes bolas de vidros, carteados entre uma cana e outra, diverso é o seu inquieto mundo que aparentemente jaz no passado e digno com sua memória nos presenteia com alegria esses momentos, eu sinto e ouço em meio aos velhos cortiços do Bexiga, crianças com seus peões, com a famosa “arco e gancheta”...Ah...como era gostoso rodar um pequeno pneu de carrinho de Bebe pelas calçadas a fora, por horas e horas, enquanto ao longe se ouvia os pandeiros es violões embalando o cotidiano em sambas por vezes melancólicos e por outras regado de boa cachaça e vozes Gonçalves, fica eternamente na memória ecoando os apitos das têxteis anunciando o fim do dia, e os pequenos Botecos clareados com um lindo e simples fio pendente com uma velha lâmpada amarela incandescente na penumbra, rodeada de mariposas e relâmpagos incansáveis...Paulo é São Paulo do art-deco, das perspectivas demasiadas distorcidas, embebidas, dançantes nessas rodas de que o “gato fez miau” e ciranda, cirandinha todos dançamos, pulamos, pulamos a corda e passamos anéis, abraço, beijo, aperto de mão, inocência da mais tenra infância ao primeiro beijo.
São tantas as lembranças que é difícil reproduzi-las com palavras, mas sabiamente e pitorescamente pictórico esse artista faz com destreza, elegância sem ao mesmo colocar expressão facial em seus personagens, pois eles nesse anonimato quase sem face, diz...estou aqui, sou vivo e perduro, o futuro é sempre agora, difícil não emocionar-se para aqueles que como eu vivenciou esse torvelinho cultural popular, quase Paulista, Paulistano da garoa terra de paralelepípedos reluzentes, nas madrugadas, nas manhãs chegando da boemia, olhando o dia iniciar e a vida simplesmente, lentamente acontecendo em compasso, em ritmo da mais pura alegria, da mais nobre beleza que alguém pode sentir, degustar as obras de Paulo Byron é sentir-se o corpo envelhecer com respeito e já mais deixar a nossa herança, a nossa criança morrer.
Meus parabéns querido amigo, um big beijo coração repleto de amor.

by Limajr.'.




serie gauchos "moleque atrevido"






 Serie Boemia No Botequim 80 x 60 AST 2011





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