De Bombachas novas
Uma crônica que recebi de um colega a quem muito respeito por sua qualidade de trabalho e seu pensamentos centrado, além de dicas mais do que valiosas que me prestou, senti-me, como se diz no Sul, "feliz como guri de bombachas novas" ao receber esta crônica.
Paulo Byron dos Adonirans aos Bambas,
dos Pampas a Sampa de Ernesto!!!
Olhando atentamente as obra do estimado amigo e colega Paulo
Byron, é olhar para traz com doçura, é uma volta em décadas, é outrora no
presente que com sua generosidade de um olhar crítico, mui perspicaz nos
presenteia e com sua pureza de criança nas veias saltam para as suas telas,
seus papéis, seus imaginários e os mais expressivos personagens, nessa ciranda
de temas sóbrios e lúdicos, saudosas malocas, Adonirans e garoas ambientam seu
universo, a simplicidade aparente de seus traços, escondem sua maestria
criativa e afirma definitivamente um poeta que luta para perpetuar os tempos
áureos de uma São Paulo mágica e fascinante, em que a ingenuidade mista de
genialidade trás a atmosfera das boemias e as rodas de bamba.
Esse menino com ar de deboche e olhos meigos traz dentro de
si muitas e muitas canções, desde os gudes bolas de vidros, carteados entre uma
cana e outra, diverso é o seu inquieto mundo que aparentemente jaz no passado e
digno com sua memória nos presenteia com alegria esses momentos, eu sinto e
ouço em meio aos velhos cortiços do Bexiga, crianças com seus peões, com a
famosa “arco e gancheta”...Ah...como era gostoso rodar um pequeno pneu de
carrinho de Bebe pelas calçadas a fora, por horas e horas, enquanto ao longe se
ouvia os pandeiros es violões embalando o cotidiano em sambas por vezes
melancólicos e por outras regado de boa cachaça e vozes Gonçalves, fica
eternamente na memória ecoando os apitos das têxteis anunciando o fim do dia, e
os pequenos Botecos clareados com um lindo e simples fio pendente com uma velha
lâmpada amarela incandescente na penumbra, rodeada de mariposas e relâmpagos
incansáveis...Paulo é São Paulo do art-deco, das perspectivas demasiadas
distorcidas, embebidas, dançantes nessas rodas de que o “gato fez miau” e
ciranda, cirandinha todos dançamos, pulamos, pulamos a corda e passamos anéis,
abraço, beijo, aperto de mão, inocência da mais tenra infância ao primeiro
beijo.
São tantas as lembranças que é difícil reproduzi-las com
palavras, mas sabiamente e pitorescamente pictórico esse artista faz com
destreza, elegância sem ao mesmo colocar expressão facial em seus personagens,
pois eles nesse anonimato quase sem face, diz...estou aqui, sou vivo e perduro,
o futuro é sempre agora, difícil não emocionar-se para aqueles que como eu
vivenciou esse torvelinho cultural popular, quase Paulista, Paulistano da garoa terra
de paralelepípedos reluzentes, nas madrugadas, nas manhãs chegando da boemia,
olhando o dia iniciar e a vida simplesmente, lentamente acontecendo em
compasso, em ritmo da mais pura alegria, da mais nobre beleza que alguém pode
sentir, degustar as obras de Paulo Byron é sentir-se o corpo envelhecer com
respeito e já mais deixar a nossa herança, a nossa criança morrer.
Meus parabéns querido amigo, um big beijo coração repleto de
amor.
by Limajr.'.
serie gauchos "moleque atrevido"
Serie Boemia No Botequim 80 x 60 AST 2011
Nenhum comentário :
Postar um comentário